sábado, 23 de novembro de 2019

Dê a seu filho raizes, mais tarde, asas! Give your child roots, later, wings!



Encontramos um valioso material, a Tese de Mestrado da Unisinos, defendida por Ricardo Cassio Patzer em 2013. O documento conta aspectos das familias que vieram com a ICA, com documentos e dados referentes a 13 familias que imigraram para o Brasil, dentre elas a familia Raskin. Clique no link abaixo para visualizar o documento entitulado: "Dê a Seu Filho Raizes, Mais Tarde, Asas: Dinâmicas Familiares de Imigrantes Judeus na Colônia Quatro Irmãos, Rio Grande do Sul, início do século XX".
We found valuable material, the Unisinos Master's Thesis, defended by Ricardo Cassio Patzer in 2013. The document contains aspects of the families that came with ICA, with documents and data related to 13 families who immigrated to Brazil, including the family. Raskin Click on the link below to view the document titled: "Give Your Child Roots, Later, Wings: Family Dynamics of Jewish Immigrants in the Four Brothers Colony, Rio Grande do Sul, early 20th century."

http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/3302/Ricardo+C%E1ssio+Patzer.pdf;jsessionid=CF4664A0CA3817F07794BEEAD7F68F81?sequence=1

sábado, 7 de setembro de 2019

Nosso Pai, Nosso Rei - Avinu Malkeinu


Quem bem me conhece, sabe. Nunca fui muito ligada à religião e às coisas místicas. Sim, sempre me considerei judia, mas pela porta da tradição, da cultura, sem valorizar os aspectos religiosos, a frequência à sinagoga e tantas outras coisas que outras pessoas de minhas relações fazem.
Nos últimos tempos, tenho me dedicado intensamente a conhecer a história de minha família e, ao buscar as minhas raizes, me defrontei com a história de todo um povo.
Mesmo sabendo que os judeus foram sempre perseguidos, não tinha uma clareza dos horrores que viveram antes e durante a Primeira Guerra Mundial. Interessante, que sempre estive ciente que meus avós, paternos e maternos, vieram da Russia, em 1912 e 1930, respectivamente.
No conforto da criação de uma família  brasileira de classe média, jamais pude compreender ou sequer supor os horrores pelos quais meus familiares teriam passado. Quando pensava em antissemitismo, relacionava, imediatamente, com os horrores da Segunda Guerra Mundial, basicamente focada na figura de Hitler e do nazismo.
Pelo que tenho conseguido descobrir, conversando com meus tios,  da primeira geração nascida no Brasil, a barbárie pelo que seus pais e avós passaram não era assunto permitido para as crianças. Queriam apagar aquelas memórias tão duras, e iniciar uma vida em liberdade, sem pogroms, violência e discriminação. Talvez por isto, nossa geração não tenha podido dimensionar, verdadeiramente, tudo o que viveram.
Eu soube, desde criança, que meus bisavós maternos teriam sido brutalmente assassinados pelos então funcionários de seu pequeno estabelecimento comercial, na Bessarábia, atual Moldavia. Jamais alguém mencionou que a violência teria se dado por um contexto de antissemitismo que permitia este tipo de  barbaridade.
Hoje sei que descendo de uma linhagem de Ys (o cromossomo masculino que define a ancestralidade) que sempre foi muito dedicada à religiosidade. Meu avô, que chegou ao Brasil por volta dos 12 anos de idade, ainda seguiu a carreira religiosa. Esta particularidade foi esvanecendo nas gerações que puderam viver mais livremente e dedicarem suas vidas a outros aspectos que não estivessem ligados à necessidade de afirmar e manter suas tradições e crenças, sob o risco da destruição e da morte, que para muitos, foi uma realidade.
Se é verdade que a humanidade anda em círculos, preciso dizer que estou fazendo a minha parte. Subdimensionar a importância de ser judia, agora que sei bem pelo que meus ancestrais passaram e o porquê, já não é mais possível.
No próximo mês iniciaremos as grandes festas judaicas. O ano novo e o Dia do Perdão. Eu, que sempre fui à sinagoga apenas para encontrar  e dar um beijo em meus avós e, mais recentemente, para honrar a memória de meu pai na reza dos mortos, estou convencida de que, este ano, estarei lá por também por mim.
Nunca me orgulhei tanto de minha história. Nunca entendi com tanta clareza o quanto descendo de um povo que somente quis e quer sobreviver. Um povo que não apregoa a violência, não subestima a vida de seus descendentes e que tudo o que sempre fez, foi se defender, tentando manter-se vivo.
O video que ilustra esta postagem traz uma música que  fala em perdão e permissão para que se esteja inscrito no livro da vida no ano que está chegando. Nunca esta canção que ouvi uma vida inteira e cantei na escola, fez tanto sentido.
Antecipadamente, desejo a todos um Shaná Tová. Que estejamos todos inscritos no livro da vida, amém!

Those who know me well, know. I’ve never been very attached to religion and mystical things. Yes, I have always considered myself Jewish, but by the door of tradition, of culture, without valuing the religious aspects, the frequency to the synagogue and so many other things that other people in my relationships do.
In recent times, I have dedicated myself intensely to knowing the history of my family and, in seeking my roots, I have faced the history of an entire people.
Even knowing that the Jews were always persecuted, it did not have a clarity of the horrors they lived before and during the First World War. Interestingly, I’ve always been aware that my grandparents, both paternal and maternal, came from Russia in 1912 and 1930, respectively.
In the comfort of creating a middle-class Brazilian family, I could never understand or even assume the horrors my relatives would have experienced. When I thought of anti-Semitism, I immediately related it to the horrors of World War II, basically focused on the figure of Hitler and Nazism.
From what I’ve been able to find out, talking to my uncles, from the first generation born in Brazil, the barbarism their parents and grandparents went through was not a subject allowed for children. They wanted to erase those hard memories and start a life free, without pogroms, violence and discrimination. Perhaps because of this, our generation has not been able to truly measure all that they have lived.
I knew, as a child, that my great-grandparents had been brutally murdered by the then officials of their small business establishment n Bessarabia, current Moldavia. No one has ever mentioned that violence would have taken place in a context of anti-Semitism that allowed this kind of barbarity.
Today I know that I come from a lineage of Ys (the male chromosome that defines ancestry) that has always been very dedicated to religiosity. My grandfather, who arrived in Brazil around the age of 12, still pursued his religious career. This peculiarity was disappearing in the generations that could live more freely and dedicate their lives to other aspects that were not linked to the need to affirm and maintain their traditions and beliefs, under the risk of destruction and death, that for many, it was a reality.
The video that illustrates this posting brings a song that speaks of forgiveness and permission to be inscribed in the book of life in the coming year. This song I ever heard in my entire life and sang at school, it made so much sense.
In advance, I wish you all a Shaná Tová. May we all be inscribed in the book of life, amen!

Vitória Raskin

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

DNA e Genealogia: seu passado na saliva e no computador - DNA and genealogy: your past in saliva and the computer



Confira, no link que segue, o artigo do Dr. Salmo Raskin publicado hoje no Letra de Médico, blog de orientações medicas diárias e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil:
Check out the link below, the article by Dr. Salmo Raskin published today in Letra de Médico, blog of daily medical guidelines and health texts signed by top professionals in Brazil:

https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/dna-e-genealogia-seu-passado-na-saliva-e-no-computador/


domingo, 25 de agosto de 2019

Os quatro filhos de Maurício - Mauricio's four sons

 


Quando eu era uma jovem adulta, em função do meu trabalho, viajava para Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul. Lá ainda moravam alguns parentes, entre eles, nossa Tia Beille, que além de ser tia do meu pai, filha de Rice Raskin, irmã de meu bisavô Aizek, foi casada com um tio dele, Miguel Lifchitz (irmão de minha avó Vitória Raskin, nascida Lifchitz). Ela tinha um irmão, Aje Leib,  que tinha um tipo de deficiência intelectual. Me chamava muita atenção que ele ficava andando pela casa, repetindo um mantra: "Moisheber formou  quatro filhos doutores, dois médicos, dois dentistas/ Moisheber formou  quatro filhos doutores, dois médicos, dois dentistas". Esclareço que Moisheber era meu avô paterno, Maurício Raskin. 
Há que se entender, que, naquela época, para uma família de imigrantes judeus que fugiu da perseguição na Europa, e eram muito pobres, o fato de um pai conseguir "formar" quatro filhos em profissões tão nobres era um verdadeiro feito. E os quatro filhos de Maurício: Aizik, Obe, Leão e David eram o orgulho da família.
Como os que nos trouxe até aqui foi o forte laço que uniu estes quatro irmãos, seus filhos e os filhos de seus filhos, nada mais justo que se dedique um espaço para eles nesta nossa página. Apresento então, com muito orgulho e gratidão, os filhos de Mauricio e Vitória Raskin:
When I was a young adult, due to my work, I traveled to Santa Maria, in the interior of Rio Grande do Sul. There were still some relatives, among them, our Aunt Beille, who besides being the aunt of my father, daughter of Rice Raskin, sister of my great-grandfather Aizek, was married to his uncle Miguel Lifchitz (brother of my grandmother Victoria Raskin, born Lifchitz). She had a brother, Aje Leib, who had a kind of intellectual disability. It struck me very much that he kept walking around the house, repeating a mantra: "Moisheber graduated four doctor sons, two doctors, two dentists / Moisheber graduated four doctor sons, two doctors, two dentists." I clarify that Moisheber was my paternal grandfather, Mauricio Raskin.
 It must be understood that at that time for a family of Jewish immigrants who fled persecution in Europe and were very poor, the fact that a father could "raise" four children in such noble occupations was a real achievement. And the four sons of Mauricio: Aizik, Obe, Leão and David were the pride of the family.
 Like the ones that brought us here, it was the strong bond that united these four brothers, their children, and the children of their children, and it is only fair to give them a space on this page. I present, with great pride and gratitude, the sons of Mauricio and Vitória Raskin:

 Aizik Raskin (1924-2010) , também conhecido como Assis, nasceu no dia 20 de março de 1924, em Getulio Vargas, no Rio Grande do Sul. Filho de Maurício Raskin e Victória Lischits, tinha três irmãos: Obe, Leão e David. Casado com Tamara Morgenstern Raskin, tinha três filhos: Gerson, casado com Sara, Rejane, casada com Salomão  e Salmo, casado com Angelita. Tinha seis netos: Rafaela, Marcelo, Juliana, Luiz Felipe, Rodrigo e Carolina. Não viveu para conhecer a neta Clara e a bisneta Marina.
Chegou em Curitiba em 4 de dezembro de 1947, depois de ter passado a infância e parte da juventude no Rio Grande do Sul,  movido pelo sonho de se tornar médico, pois lá estava a primeira universidade de medicina do Brasil.
Recém formado em Medicina, casou em 19 de dezembro de 1953 com Tamara e escolheu o bairro Bacacheri, na época o segundo mais populoso da cidade, para morar. Lá fixou residencia e ao lado, o consultório. Durante mais de meio século neste mesmo local, atendeu com extrema dedicação, quatro gerações de famílias da comunidade do bairro do Bacacheri e redondezas, inclusive de municípios vizinhos.
Alguns meses após instalar-se no Bacacheri, no inicio de 1954, foi aprovado em concurso público para ingressar como Primeiro Tenente Médico da Polícia Militar do Estado do Paraná. Durante os 35 anos que esteve na ativa percorreu todos os níveis hierárquicos da carreira militar. Foi chefe da Maternidade antes de ocupar durante uma década o cargo de Diretor Geral do Hospital da Polícia. Foi Diretor Geral de Saúde junto ao Estado Maior, no Quartel da Polícia Militar até ir para a reserva no mais alto nível, o de Coronel Médico. 
Recebeu, em 1998,  o título de “Cidadão Honorário de Curitiba” pelo meio século dedicado ao exercício da Medicina. A mesma retidão de conduta da vida profissional foi observada em sua relação com a família. Ao dedicar parte de sua vida em prol da população carente, prestando, incontáveis vezes, serviços gratuitamente, não deixou de oferecer todo o conforto material e bagagem cultural que sua mulher e os três filhos poderiam almejar. O desafio de ser, ao mesmo tempo benevolente e empreendedor, foi talvez o seu maior mérito. Temos a convicção de que seus valores religiosos foram os fundamentos desta trajetória exemplar e com certeza será a luz que sempre há de iluminar os caminhos de quem teve o privilégio de conhecê-lo.
Por: Salmo Raskin
Aizik Raskin (1924-2010), also known as Assis, was born on March 20, 1924 in Getulio Vargas, Rio Grande do Sul. Son of Mauricio Raskin and Victoria Lifchits, he had three brothers: Obe, Leão and David. Married to Tamara Morgenstern Raskin, had three children: Gerson, married to Sara, Rejane, married to Solomon and Salmo, married to Angelita. He had six grandchildren: Rafaela, Marcelo, Juliana, Luiz Felipe, Rodrigo and Carolina. Did not live to know da granddauther Clara an Great grand daughter Marina.
Arrived in Curitiba on December 4, 1947, after having spent his childhood and part of youth in Rio Grande do Sul, moved by the dream of becoming a doctor, because there was the first medical university in Brazil.
Recently graduated in medicine, he married Tamara on December 19, 1953 and chose the Bacacheri district, at the time the second most populous in the city, to live. There fixed residence and next, the office. For over half a century in this same place, it has served with extreme dedication, four generations of families from the Bacacheri neighborhood community and surrounding areas, including neighboring municipalities.
A few months after settling in Bacacheri, in early 1954, he was approved in a public competition to enter as First Medical Lieutenant of the Military Police of the State of Paraná. During the 35 years that she was active she went through all the hierarchical levels of the military career. He was head of the maternity ward before serving for a decade as Director General of the Police Hospital. He was Director General of Health at the Military Staff at the Military Police Barracks until he went to the reserve at the highest level, Coronel Medic.
In 1998, he received the title of “Honorary Citizen of Curitiba” for half a century dedicated to the practice of medicine. The same rightness of conduct of professional life was observed in its relationship with the family. By dedicating part of her life to the needy population, providing countless services for free, she nevertheless offered all the material comfort and cultural background that her wife and three children could aspire to. The challenge of being both benevolent and enterprising was perhaps his greatest merit. We are convinced that his religious values ​​were the foundations of this exemplary trajectory and it will surely be the light that will always illuminate the ways of those who had the privilege of knowing him.
By: Salmo Raskin

Obe Raskin (1926-2013), filho de Maurício e Vitória Lifchiz , foi o segundo de quatro irmãos, Aizik (falecido), Leão e David.  Nasceu em 18 de maio de 1926  no município de Quatro Irmãos,  no Rio Grande do Sul.  Foi casado, por 60 anos e 10 dias, com Ena Raskin, com quem teve quatro filhos: Sergio, Circe, Gilberto e Vitória, que lhe deram nove netos: Daniela, Eduardo, Fernando, Renata, Roberto, Maurício, Henrique, Andréa e Joana. Avô afetuoso, sempre tinha um apelido carinhoso para os netos e se dedicava a contar para eles as mesmas histórias que contava para os filhos. Não viveu para conhecer as bisnetas Laura e Luiza, que lhe teriam dado muita alegria.  Generoso com todos aqueles que o cercavam, tinha também uma marca registrada: um humor afetivo e sincero. Brincava com todos os assuntos, conferindo a eles sempre uma leveza que nunca conseguiremos esquecer. Tinha um gosto especial por fazer churrasco para a família aos domingos, e suas invencionices culinárias entraram para nossa história.
Exerceu a odontologia por mais de 60 anos com competência, humildade e amor. Fez parte da história de muitas famílias e do bairro Floresta em Porto Alegre, onde manteve seu consultório desde o início até o final de sua vida profissional.  Era um homem simples, de poucas palavras e muitas atitudes.  Foi filho,  irmão, genro, esposo, pai, sogro, avô, tio e cunhado afetuoso e  presente. Além da grande lacuna, deixou muitas ternas lembranças em todos aqueles que tiveram o prazer de conviver com ele.
Por: Vitória Raskin
Obe Raskin (1926-2013), son of Mauricio and Victoria Lifchiz, was the second of four brothers, Aizik (deceased), Leo and David. He was born on May 18, 1926 in the city of Quatro Irmãos, Rio Grande do Sul. He was married for 60 years and 10 days with Ena Raskin, with whom he had four children: Sergio, Circe, Gilberto and Vitória, who gave him nine grandchildren: Daniela, Eduardo, Fernando, Renata, Roberto, Mauricio, Henrique, Andrea and Joana. Affectionate grandfather, he always had an affectionate nickname for his grandchildren and dedicated himself to telling them the same stories he told his children. He did not live to meet her great-granddaughters Laura and Luiza, who would have given him much joy. Generous with all those around him, he also had a trademark: an affectionate and sincere humor. He played with all subjects, always giving them a lightness that we will never be able to forget. He had a special taste for family barbecue on Sundays, and his culinary inventions came into our story.
He practiced dentistry for over 60 years with competence, humility and love. He was part of the history of many families and the Floresta neighborhood in Porto Alegre, where he kept his office from the beginning to the end of his professional life. He was a simple man of few words and many attitudes. He was an  affectionate and present  son, brother, son-in-law, husband, father, father-in-law, grandfather, uncle and brother-in-law. Beyond the great gap, he left many tender memories in all those who had the pleasure of living with him.
By: Vitória Raskin

Leão Raskin, também conhecido como Luiz, é o terceiro filho de Maurício Raskin e Vitória Lifchitz. Nasceu em 16/05/1928 no município de Quatro Irmãos, interior do Estado do Rio Grande do Sul, e berço da colonização judaica no Estado. É o terceiro de quatro irmãos: Aizik( falecido), Obe( falecido) e David.
Casado com Dora Pakter Raskin há 63 anos com quem tem os filhos Marcos, Rosane e Viviane; os netos Felipe, Joice (falecida), Ana e Elana; e o bisneto Bernardo. 
Graduou-se em odontologia em dezembro de 1952, pela Universidade Federal de Pelotas, juntamente com seu irmão Obe. 
Exerceu a atividade profissional com muita competência, dedicação e amor à profissão, vindo a fazer parte vida de muitas famílias do bairro São Geraldo e arredores. 
Foi sempre muito unido a seus irmãos e dedicado à toda a família. 
Marido companheiro,  pai amoroso e muito dedicado, é motivo de orgulho para sua esposa e filhos. S empre foi exemplo de honestidade, bondade e retidão de caráter. Reside ainda em Porto Alegre, ao lado de sua esposa Dora.
Por: Rosane Raskin
Leão Raskin, also known as Luiz, is the third son of Mauricio Raskin and Victoria Lifchitz. Born on May 16, 1928 in the city of Quatro Irmãos, in the interior of the state of Rio Grande do Sul, and cradle of Jewish colonization in the state. It is the third of four brothers: Aizik (deceased), Obe (deceased) and David.
Married to Dora Pakter Raskin for 63 years with whom she has children Marcos, Rosane and Viviane; grandchildren Philip, Joice (deceased), Ana, Elana and great-grandson Bernardo.
He graduated in dentistry in December 1952 from the Federal University of Pelotas, along with his brother Obe.
He practiced professionally with great competence, dedication and love for the profession, becoming part of life of many families on the neighborhood of São Geraldo and surroundings.
He was always very close to his brothers and dedicated to the whole family.
Companion husband, loving and very devoted father, is a source of pride for his wife and children. His enterprise was an example of honesty, kindness, and righteousness of character. He still lives in Porto Alegre, next to his wife Dora.
By: Rosane Raskin

David Raskin,   médico e escritor, é o caçula dos quatro filhos de Maurício e Vitória Raskin, judeus imigrantes vindos da Rússia. Nasceu em 20 de novembro de 1929 na cidade de Erechim, RS. Irmão de Aizik e Obe (falecidos) e Leão.
Formou-se em Medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1954 e especializou-se na época em oftalmootorrinolaringologia. Atualmente exerce a oftalmologia, sendo referência em adaptação de lentes de contato. Clinicou, inicialmente, em Videira e Criciúma (SC), e há mais de 60 anos exerce a profissão no centro de Porto Alegre (RS).
Casado com Jacira Henkin Raskin desde 1962, tem dois filhos: Vitor e Roseli (que também é oftalmologista, e trabalha com o pai há 25 anos) e os netos Mariana e Pedro Otávio
Aos setenta anos de idade, paralelamente ao trabalho médico, David iniciou uma pesquisa aprofundada sobre o histórico do monoteísmo e, uma década após, aos oitenta, lançou o livro “Três Deuses e uma Trindade”. Foi motivado por seu gosto pelos estudos e por questionamentos que vinham de sua infância em Santa Maria, onde morou e estudou em colégio marista desde os nove anos de idade. Seu objetivo, com o livro, era contribuir, através da compreensão das relações existentes entre as religiões, com o diálogo e a tolerância entre os povos.
Certamente, um traço genético que herdou de seu bisavô, Rabbi Naftali Hertz Raskin. Com seu humanismo, amor, competência e humildade, faz parte da história de inúmeras famílias gaúchas, às quais vem cuidando, há mais de sessenta anos, por várias gerações.
David é médico jubilado no Conselho Regional de Medicina e Associação Médica do Rio Grande do Sul. Em pleno exercício profissional, aos noventa anos de idade, neste ano de 2019, Dr. Raskin -  como é conhecido na Oftalmologia, foi o primeiro médico a receber a Comenda da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul.
Podemos descrevê-lo como um homem com uma mente brilhante e uma alma iluminada, uma unanimidade na família e nos círculos sociais.
Por: Roseli Raskin
David Raskin,  doctor and writer, he is the youngest of four children of Mauricio and Victoria Raskin, immigrant Jews from Russia. Born on November 20, 1929 in the city of Erechim, RS. Brother of Aizik and Obe (deceased) and Leão. He graduated in Medicine at the Federal University of Rio Grande do Sul in 1954 and specialized at the time in ophthalmoorhinolaryngology. Currently has ophthalmology, being a reference in contact lens fitting. Initially, he started his studies in Videira and Criciúma (SC), and has been practicing for over 60 years in the center of Porto Alegre (RS). Married to Jacira Henkin Raskin since 1962, has two children: Vitor and Roseli (who is also an ophthalmologist, working with his father for 25 years) and grandchildren Mariana and Pedro Otávio.
At the age of seventy, in parallel with medical work, David began an in-depth research into the history of monotheism and, a decade later, at eighty, released the book "Three Gods and a Trinity." He was motivated by his love of studies and the questions that came from his childhood in Santa Maria, where he lived and studied in a Marist college since he was nine years old. Its purpose, with the book, was to contribute, by understanding the relationships between religions, to dialogue and tolerance among peoples. Certainly a genetic trait he inherited from his great-grandfather, Rabbi Naftali Hertz Raskin. With their humanism, love, competence and humility, it is part of the history of countless gaucho families, which they have been caring for over sixty years for generations.
 David is a jubilant physician at the Regional Council of Medicine and Medical Association of Rio Grande do Sul. In full professional practice, at the age of ninety in this year 2019, Dr. Raskin - as he is known in Ophthalmology, was the first doctor to receive the Commendation of the Ophthalmology Society of Rio Grande do Sul.
We can describe him as a man with a brilliant mind and an enlightened soul, unanimous in family and social circles.
By: Roseli Raskin

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Estamos no jornal! We are in the news paper!


Muito bacana, a história do encontro dos descendentes separados pelo tempo no Jornal Zero Hora de hoje:
Uma história dos Raskin
Deve ter sido lá por 1910, na Ucrânia, que dois irmãos se apaixonaram e se casaram com duas irmãs. David e Boruch Raskin se casaram com as irmãs Elner. Em 1914, Boruch e sua esposa, Silvie, juntamente com um terceiro irmão, Aizik, que era casado com Sheine Ravin, resolveram tentar a vida na América do Sul, já que a situação para os judeus havia se tornado quase insuportável em sua terra natal. Passados alguns anos, com as dificuldades de comunicação com a Rússia após a revolução, as cartas, que no início eram escassas, deixaram de chegar. Nunca mais souberam uns dos outros.
No Brasil, os descendentes de Boruch e Aizik seguiram próximos. Tanto que um neto de Aizik, Leão, casou-se com uma neta de Boruch, Dora. Aproximadamente 20 anos atrás, um dos bisnetos de Aizik, Salmo Raskin, médico geneticista que vive em Curitiba, começou a pesquisar as raízes da família. 
Com seus estudos de genealogia acoplados a análises de DNA, Salmo conseguiu chegar até parentes que moram na Rússia e que têm uma certa compatibilidade genética com ele. Aprofundando ainda mais as análises, observou que sua tia Dora tinha um grau ainda maior de compatibilidade com estes parentes. Os contatos foram se estreitando e ficando mais interessantes. Soubemos que, entre esses parentes, os irmãos Vadim e Annya também já haviam se envolvido com buscas genealógicas por suas raízes. Em certo momento, Vadim enviou uma foto para Salmo, perguntando se ele saberia identificar quem eram as pessoas do retrato.
Para surpresa geral, a foto foi imediatamente reconhecida, afinal, era a mesma imagem que estava na casa de nossa tia Dora. E claro que ela sabia quem eram: ninguém menos que seus avós, Boruch e Silvie, com seus filhos. No colo de Boruch, está, ainda bebê, a mão de Dora, Geni. Uma cópia desta fotografia fora deixada, provavelmente, como recordação, na Rússia. Quem sabe, um presente de Boruch para seu irmão David. 
Vadim, Annya e Viktor, um terceiro irmão que ainda mora na Rússia, são netos de David Raskin. No domingo passado, a família viveu um momento histórico, quase milagroso. 
Após mais de cem anos,
sem que uns soubessem da existência dos outros, encontraram-se em Los Angeles, nos Estados Unidos, Viviane, filha de Dora e Leão Raskin, com Annya e Kira, respectivamente neta e bisneta de David Raskin. Acima, a foto referida”.
Sem dúvida, uma bela história. Vitória, 59 anos, diz, ainda, que mais informações podem ser lidas no blog: familiaraskin.blogspot.com.

Very cool, the story of the meeting of descendants separated by time in today's Zero Hora newspaper:
A Raskin's story
It must have been there in 1910, in Ukraine, that two brothers fell in love and married two sisters. David and Boruch Raskin married the Elner sisters. In 1914 Boruch and his wife Silvie, along with a third brother, Aizik, who was married to Sheine Ravin, decided to try life in South America, as the situation for the Jews had become almost unbearable in their homeland.  After a few years, with the difficulties of communication with Russia after the revolution, the letters, which were scarce at first, ceased to arrive. They never knew each other again.
In Brazil, the descendants of Boruch and Aizik followed closely. So much so that Aizik's grandson Leão married Boruch's granddaughter Dora. About 20 years ago, one of Aizik's great-grandchildren, Salmo Raskin, a geneticist living in Curitiba, began researching the family's roots.
With his genealogy studies coupled with DNA analysis, Salmo was able to reach relatives living in Russia who have some genetic compatibility with him. Deepening the analysis further, he noted that his aunt Dora had an even greater degree of compatibility with these relatives. The contacts were narrowing and getting more interesting. We learned that among these relatives, brothers Vadim and Annya had also been involved in genealogical searches for their roots. At one point Vadim sent a picture to Psalm asking if he could identify who the people in the portrait were.
To everyone's surprise, the photo was immediately recognized, after all, it was the same image that was in our aunt Dora's house. Of course she knew who they were: none other than her grandparents, Boruch and Silvie, with their children. On Boruch's lap is, as a baby, Dora's hand, Geni. A copy of this photograph was probably left as a souvenir in Russia. Who knows, a gift from Boruch to his brother David.
Vadim, Annya and Viktor, a third brother still living in Russia, are grandchildren of David Raskin. Last Sunday, the family experienced an almost miraculous historical moment.
After over a hundred years,
unbeknownst to each other, they met in Los Angeles, USA, Viviane, daughter of Dora and Leão Raskin, with Annya and Kira, respectively David Raskin's granddaughter and great-granddaughter. Above, the photo mentioned.
Undoubtedly a beautiful story. Vitória, 59, says that more information can be read on the blog: familiaraskin.blogspot.com.


segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Parece um milagre! It seems to be a miracle!





Deve ter sido lá por 1910 que 2 irmãos, na Ucrânia, se apaixonaram e casaram com duas irmãs. David e Boruch Raskin casaram com as irmãs Elner. Em 1914, Boruch e sua esposa Silvie, juntamente com um terceiro irmão, Aizik, que era casado com Sheine Ravin, resolveram tentar a vida na América do Sul, já que a vida para os judeus havia se tornado quase insuportável em sua terra natal. Passados alguns anos, com as dificuldades de comunicação com a Russia após a revolução,  as cartas, que no início eram escassas, deixaram de chegar. Nunca mais souberam uns dos outros.
No Brasil os descendentes de Boruch e Aizik seguiram próximos. Tanto, que um neto de Aizik, Leão, casou com uma neta de Boruch, Dora.
Mas há aproximadamente 20 anos, um dos bisnetos de Aizik, médico geneticista, começou a procurar pelas raízes da família.  E com estudos de genealogia acoplados à análises de DNA, Salmo ( o bisneto) conseguiu chegar em parentes, que moram na Russia, com uma certa compatibilidade genética. Aprofundando ainda mais as análises, observou que sua tia Dora tinha um grau ainda maior de compatibilidade com estes parentes. Os contatos foram ficando interessantes, soubemos que estes parentes, Vadim e Annya, irmãos, também já tinham se envolvido com buscas genealógicas. Em um certo momento, Vadim enviou uma foto para Salmo, perguntando se sabia quem eram estas pessoas.
Qual não foi a nossa surpresa, ao reconhecermos a foto, que estava também na casa de nossa tia Dora:
It must have been there by 1910 that 2 brothers in Ukraine fell in love and married two sisters. David and Boruch Raskin married the Elner sisters. In 1914 Boruch and his wife Silvie, along with a third brother, Aizik, who was married to Sheine Ravin, decided to try life in South America, as life for the Jews had become almost unbearable in their homeland. After a few years, with the difficulties of communication with Russia after the revolution, the letters, which were initially scarce, ceased to arrive. They never knew each other again. In Brazil the descendants of Boruch and Aizik followed closely. So much so that Aizik's grandson Leo married Boruch's granddaughter Dora.But about 20 years ago, one of Aizik's great-grandchildren, a geneticist, began searching for the family's roots. And with genealogy studies coupled with DNA analysis, Salmo (the great-grandson) was able to reach relatives living in Russia with a certain genetic compatibility. Deepening the analysis further, he noted that his aunt Dora had an even greater degree of compatibility with these relatives. The contacts were getting interesting, we learned that these relatives, Vadim and Annya, brothers, had also been involved with genealogical searches. At one point Vadim sent a picture to Salmo asking if he knew who these people were.What was not our surprise when we recognized the photo, which was also at our aunt Dora's house:

E claro que ela sabia quem eram: Ninguém menos que seus avós, Boruch e Silvia, com seus filhos. No colo do pai, está sua mãe Geni! A cópia desta imagem fora deixada, provavelmente como recordação na Russia. Um presente de Boruch para seu irmão David. Vadim, Annya e Viktor, um terceiro irmão que ainda mora na Russia, são netos de David Raskin. E ontem vivemos um momento histórico, quase milagroso. Após 120 anos, sem que uns soubessem da existência dos outros, encontraram-se, em Los Angeles, Viviane, filha de Dora e Leão Raskin, com Annya e Kira,  respectivamente neta e bisneta de David Raskin. Estamos todo muito emocionados e com a certeza de que muitos outros  encontros poderão acontecer!
Of course she knew who they were: none other than her grandparents, Boruch and Silvia, with their children. In his father's lap is his mother Geni! The copy of this image had been left, probably as a souvenir in Russia. A gift from Boruch to his brother David. Vadim, Annya and Viktor, a third brother still living in Russia, are grandchildren of David Raskin. And yesterday we lived a historical moment, almost miraculous. After 120 years, unbeknownst to each other, Viviane, daughter of Dora and Leão Raskin, met Annya and Kira, granddaughter and great-granddaufhter respectivily of David Raskin's in Los Angeles. We are all very excited and are sure that many other encounters can happen!

  

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Porque nossos antepassados deixaram a Russia? Why our ancestors left Russia?


A triste história do sofrimento e perseguição de nossos antepassados, descreve com precisão a saga  da comunidade judaica na vigência do Império Russo e nos permite compreender porque temos tanta dificuldade em encontrar documentos relacionados à época.
The sad story of the suffering and persecution of ours ancestors accuratelly describes the saga of the jewish community under the Russian Empire and allow us to understand why we have such difficulty finding documents related to the time.


  
        " Análise NEGATIVA e estudo de numerosos materiais de pogrom com seus números frios determinando o número de mortos, mutilados, estuprados, queimados, perturbados pela tristeza e horror, devastados, órfãos, etc. - um exame cuidadoso desses números surpreendentes revela um terrível abismo escancarado sofrimento humano e sofrimento.

De todas as linhas, de todas as figuras, as sombras ensangüentadas das torturadas vítimas da selvagem revolta da contra-revolução e do banditismo olham para nós. 
Já vimos o que a Ucrânia estava no meio de uma bacanália pogrom: todo o sul e sudoeste da Rússia, ou seja, foi a Ucrânia que queimou no fogo de numerosas frentes internas e externas, e embora a luta entre as partes regulares dos beligerantes se desenrolasse principalmente ao longo das linhas de ferrovias e hidrovias, ou seja, perto dos centros e pontos maiores, no entanto, um incêndio de pogrom espalhou-se gradualmente do centro para toda a periferia, porque em toda parte, mesmo nos cantos mais remotos e remotos, formaram-se gangues que completavam o que não era feito por unidades regulares Petliura ou Denikin. Então, por exemplo, uma gangueSokolovskyoperou na área de Radomysl, Zhytomyr, Uman, Squira e Cellars; Gangues verdes - na região de Tripol; Gangues Yatseyka - na região de Tarashchi; Gangues Struk - na região de Chernobyl: a gangue Volynets operada no distrito de Gaysinsky, a gangue dos Anjos - na região de Bakhmach; As gangues de Grigoryevsky se enfureceram no vasto território de Elisavetgrad-Cherkassy; As gangues de Makhnovsky percorreram as províncias de Poltava e Yekaterinoslav e também trabalharam na região de Gulyai-Pole-Aleksandrovsk e nas colônias judaicas; gangues de Galak e Semenyukdesenfreado na Bielorrússia, etc., e além dessas grandes gangues havia dúzias de pequenas gangues de gangues que subiam nos cantos mais remotos, onde só era possível lucrar com o bem judaico e se deleitar com o sangue e o sofrimento da vítima judia. 
        A população judaica era, assim, como se envolvida em um anel infernal, quase sem oportunidade de sair ou se esconder de uma morte feroz.
        Desarmado e desamparado, espremido por todos os lados pelo anel de ferro cada vez mais estreito do bloqueio dos gângsteres, esperava respeitosamente sua morte, sonhando apenas com a suprema felicidade, com a morte instantânea, sem humilhação e tortura .
        É compreensível que nenhuma força e nenhum nervo pudessem suportar uma permanência prolongada em condições tão infernais, e a população judaica aproveitou cada momento favorável, cada relaxamento temporário desse terrível bloqueio, para escapar de pogroms infeccionados até as grandes cidades mais próximas ou até a fronteira romena, onde proteção e salvação pareciam ser.
        O êxodo em massa de cidades inteiras e cidades era um fenômeno doméstico naquela época . Houve casos em que milhares de massas judaicas, por exemplo, de Tetiev, de Radomysl, fugiram em pânico, sem direção e propósito, guiadas exclusivamente pelo instinto de autopreservação.
        A situação destes milhares de refugiados era verdadeiramente trágica: esfarrapada, descalça, exausta e doente, privada dos mais necessários,impiedosamente jogados no turbilhão da pobreza, fome e doenças , eles se acumularam nas grandes cidades e nas cidades fronteiriças, chafurdando nas estações de trem, sinagogas, celeiros e simplesmente em uma ponte ao ar livre , formando focos assustadores de infecção e morte por toda parte.
        Várias dezenas de milhares de pessoas completamente arruinadas se reuniram na fronteira da Romênia, que escapou do que foi e foi submetido a intimidações selvagens pelo guarda de fronteira romeno, que não os deixou passar pela fronteira.
        As áreas mais florescentes e povoadas teriam sido transformadas em desertos . As cidades e aldeias judias pareciam cemitérios sombrios: casas foram queimadas e destruídas, as ruas estão mortas e desertas. Um sopro de morte corre de todos os cantos. Vários assentamentos judaicos, como Volodarka, Boguslav, Borshchagovka, Znamenka, Fastov, Tefiopol, Kutuzovka e outros, foram queimados até o chão e representam uma pilha de ruínas.
        A destruição dos assentamentos judaicos era de natureza tão bárbara que, no futuro próximo, qualquer possibilidade de sua restauração foi descartada. Centenas de aldeias na área do antigo pálido de liquidação antes devastada que mesmo após a consolidação definitiva do poder soviético e o estabelecimento de uma garantia absoluta de segurança população judaica a fugir não tem nenhuma possibilidade física para retornar às suas cinzas velhas sangrentas .
        Nas antigas regiões da indústria altamente desenvolvida, após os pogroms, o artesanato e o artesanato congelaram completamente., que estava principalmente nas mãos dos judeus, que, juntamente com suas propriedades, também perderam seus estoques e todos os implementos de produção .
        Os Pogroms destruiram dezenas, centenas, milhares de pequenas fazendas, casas, lojas, empresas de artesanato, fábricas e plantas, colônias agrícolas e outros. Dezenas de milhares de pessoas foram transformados de pessoas comuns que executam certas funções econômicas , os refugiados, ou seja, em pessoas forçadas a se amontoar em dormitórios, receber assistência em instituições de caridade e, na maioria, privadas da oportunidade de trabalhar em seu campo e em sua especialidade.
        Assim, cerca de metade da população urbana da Ucrânia e da Bielorrússia (toda a parte judaica) foi completamente incapacitada pela vida econômica, que certamente teve conseqüências muito sérias em escala nacional . Isso é fortemente sentido no total de recursos materiais da União das Repúblicas e continuará a influenciar por um longo tempo como um fator negativo atrasando o "elo" da cidade com a aldeia, que até o pleno desenvolvimento da indústria estatal de fábrica certamente necessitará dos produtos de um artesão e artesão judeu.
        Quais são os verdadeiros resultados concretos desta grande catástrofe que se abateu sobre as massas judaicas da Ucrânia e da Bielorrússia?
        Infelizmente, não há dados exatos, completamente abrangentes, e não poderia ser, porque no auge da epidemia de pogrom era difícil lidar com as estatísticas. Não há dúvida de que, além das dezenas de milhares de mortes nas cidades e vilas, havia muito faltando enquanto vagando por florestas, pântanos e campos em busca de refúgio da perseguição de bandidos.
        O número daqueles que foram jogados fora dos trens em movimento , o número de pessoas afundadas nos rios, o número de pessoas queimadas e o número de mortos e enterrados pelos próprios bandidos não foi completamente estabelecido .
        Sob tais condições, o número de mortes na Ucrânia e na Bielorrússia durante o período de 1917 a 1921. inclusive varia entre 180-200 mil pessoas.
        Isso ainda não inclui um número significativo de pessoas que morreram subseqüentemente de feridas incuráveis, de doenças sexualmente transmissíveis graves, de cólera, febre tifóide e outras doenças epidêmicas que grassavam entre os refugiados. Já uma figura de órfãos, excedendo 300.000, indica o tamanho enorme do desastre. Se levarmos em conta que o número total de feridos financeiramente chega a 700.000 pessoas, e a quantidade de perdas chega a muitos bilhões de rublos de ouro , então os resultados gerais do épico de pogrom surgem diante de nós em toda a sua imponente grandeza.
        O horror de tudo o que é experimentado é agravado pelo fato de que todo esse pesadelo sangrento aconteceu diante dos olhos da Europa burguesa, diante dos representantes oficiais da Ententeque durante a guerra civil estavam na Ucrânia sob os governos Petlyura e Denikin e através de organizações públicas estavam bem cientes da situação real ...
O destino de milhares e milhares de condenados dependia destes emissários da Entente e seus governos , mas eles não fizeram nada para para suspender a espada do assassino trazida sobre a população judaica. A crueldade e a hipocrisia do mundo burguês moribundo manifestaram-se no fato de que, em busca da restauração de suas posições destruídas pela revolução, o capital internacional sancionou tacitamente esse terrível sacrifício. A burguesia internacional tentou ajudar a contra-revolução russa e ucraniana abrir o caminho para a restauração através das montanhas de cadáveres judeus e através de rios de sangue judaico , e esta é sua indelével culpa pela história e pelos trabalhadores de toda a humanidade.

Z. Ostrovsky.

        Moscou, março de 1924 "